"Nas ruas de Luanda não há quem não conheça a Blue. Seja nas festas de quintal dos musseques, em terra batida, ou nos painéis de publicidade exterior de grande formato, que trazem à cidade de asfalto esta bebida - parte integrante do estilo de vida angolano.
Lançada em 2005, a Blue aventura-se este ano na internacionalização. Portugal é o primeiro país na estratégia, onde vai entrar com três dos nove sabores. As variedades mais angolanas (coco/ananás, tamarindo e maracujá) foram as escolhidas para o arranque, deixando de fora os sabores mais comuns (laranja, manga, ananás, framboesa, maçã e lima-limão). No mercado nacional, a Blue posiciona-se para os 34 mil angolanos que oficialmente vivem em Portugal.
Eurico Feliciano, coordenador de marketing da Refriango, que produz e comercializa a marca, refere que a empresa ainda está a analisar possíveis pontos de venda. O canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) é a prioridade. "A aposta nesta fase passa sobretudo pela presença da marca onde existe uma maior frequência de visitas da comunidade angolana residente em Portugal. É sobretudo nestes pontos que está a ser feita a prospeção e a preparação da entrada no mercado português", explica. Em termos de preço, Eurico Feliciano avança que deverá ser acima dos 100 kwanzas (cerca de €1) praticados em Angola.
Benfica, FC Porto e Sporting
A primeira aparição da Blue em Portugal foi, na época passada, nos estádios onde decorriam jogos do Benfica, Porto e Sporting. A frase "Angola numa Blue" intrigou os adeptos que desconheciam por completo a marca. "O patrocínio à Liga portuguesa teve como primeiro objetivo apelar ao orgulho angolano, por verem pela primeira vez uma marca de Angola a comunicar fora do país. O segundo objetivo foi preparar a entrada da Blue no mercado português e nos países pertencentes à CPLP", explica, acrescentando que Moçambique será o segundo mercado internacional onde a marca irá chegar.
Questionado sobre a possibilidade de alinhar com o próximo campeonato nacional, o coordenador de marketing da Refriango avança que este foi um dos meios de comunicação que maior visibilidade deram à marca e que a empresa tenciona continuar a comunicar em Portugal. O concerto do cantor angolano Yuri da Cunha, no Campo Pequeno, é a próxima aposta da Blue, que em 2011 vai encerrar em Lisboa o Blue Road Show, digressão em Angola que leva às províncias os cantores do momento.
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Eurico Feliciano avança que a água Pura e os néctares Nutri são as segundas marcas com mais peso, seguidas da água tónica Welwitschia. Até ao final do ano, será posta a funcionar uma nova fábrica que permitirá aumentar a capacidade de produção para 900 milhões de litros por ano.
Eurico Feliciano avança que a água Pura e os néctares Nutri são as segundas marcas com mais peso, seguidas da água tónica Welwitschia. Até ao final do ano, será posta a funcionar uma nova fábrica que permitirá aumentar a capacidade de produção para 900 milhões de litros por ano.
Com apenas cinco anos, a Blue soma prémios. Este mês recebeu a distinção Superbrand Angola, numa cerimónia que decorreu no Centro de Congressos de Talatona, em Luanda, e com a Medalha de Prata Monde Selection, entregue em Frankfurt, na Alemanha.
De Portugal para Angola
A Refriango é o resultado da vontade de um português, Luís Vicente, e de um angolano, José Estêvão.
O negócio português que começou em 1992 por distribuir vinhos (Dom Cacho, Gaivota e Tropicana), hoje tem 17 marcas próprias e um investimento de cerca de 30 milhões de dólares por ano. A Blue deu início à diversificação e é a estrela da companhia. Um ano depois surge a água tónica Welwitschia, produzida à base da planta com o mesmo nome existente no deserto do Namibe, no sul de Angola, com alegados benefícios na prevenção da malária. Em 2007 dá-se o lançamento do N'ice tea, refrigerante à base de chá gelado, dos néctares Nutri e da água Pura. A entrada em novas categorias de produtos acontece em 2009, com a Flash (gasosa), a Speed (energética) e a Red Cola (cola). Feito do fruto da cuieira, Cuia é o produto mais jovem da empresa, em todos os sentidos.
Foi para a rua há cerca de dois meses e dirige-se aos consumidores até aos 14 anos, que representam 42% da população angolana."
Texto publicado na edição do Expresso de 26 de Junho de 2010
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